Todos nós sabemos que os olhos dos nossos cães são muito delicados e podem sofrer não apenas com a exposição constante ao meio ambiente, mas também com problemas inesperados e repentinos.
Certos problemas oftalmológicos são mais recorrentes no dia a dia do que outros, como é o caso da conjuntivite. E justamente por conta da sua ocorrência, vários tutores podem confundir a conjuntivite com outro quadro, menos comum, mas que necessita de atenção especial: o olho de cereja.
O que é olho de cereja?
Assim como muitos animais, os cachorros têm uma terceira pálpebra por baixo da inferior, também conhecida como membrana nictante (ou prega semilunar da conjuntiva), que é uma estrutura localizada na região inferior do olho, entre a pálpebra inferior e a córnea.
Além da produção lacrimal, a terceira pálpebra faz a proteção imunológica e mecânica do olho e ajuda a espalhar o filme lacrimal (lágrimas).
Normalmente, a glândula lacrimal nessa pálpebra fica bem presa, mas em alguns casos, a ligação entre a elas é mais fraca; o que pode causar certo deslocamento e volume. Na prática, a glândula aumenta de tamanho e fica projetada para fora, formando uma pequena bolinha vermelha (parecida com uma cereja) no canto do olho do cachorro. Uma vez exposta, a glândula inflama e aumenta de tamanho, sendo facilmente acometida por traumatismos externos e infecções secundárias.
O que causa olho de cereja no cachorro?
Não existe uma causa específica (ou mesmo um método de prevenção), mas alguns veterinários e pesquisadores acreditam que o olho de cereja ocorra devido a uma fraqueza ou má formação no ligamento que dá sustento a essa glândula.
Por ser uma condição que afeta mais comumente os cães de até dois anos de idade (apesar de poder surgir em qualquer faixa etária) o olho de cereja possui grande relação também com a predisposição genética do cão.
É o caso dos cães braquicéfalos, como o Pug, o Boston Terrier, o Pequinês, o Shitzu, o Lhasa Apso e os Buldogues Franceses e Ingleses, mas vale lembrar que eles não são os únicos; cães das raças Mastim, Cocker Spaniel, Poodle, Beagle, Rottweiler e São Bernardo também podem ser afetados.
Por isso, se seu cãozinho pertence a alguma dessas raças, o cuidado com ele deve ser ainda maior! Agora, mesmo que a raça do seu cão não esteja na lista, vale relembrar que qualquer cachorro pode desenvolver o olho de cereja.
Em todos os casos a recomendação é visitar um veterinário especializado em oftalmologia regularmente para saber se está tudo certo com os olhos do seu cãozinho.
Importante! Por estar ligado à hereditariedade de cada cãozinho, o olho de cereja não é contagioso e nem transmissível para humanos.
Quais os sintomas do olho de cereja?
Embora possa assustar, essa condição não costuma causar dores ou problemas maiores, como cegueira ou problemas oculares, apenas desconforto.
Costuma ser fácil notar o olho de cereja em cachorro, já que o seu sinal clínico mais conhecido é justamente a projeção da glândula, parecendo uma bolinha vermelha. No entanto, o cachorro também pode apresentar:
· Vermelhidão ocular;
· Presença de secreção nos olhos;
· Ressecamento ocular ou lacrimejamento excessivo.
· Hábito constante de apertar ou semicerrar os olhos
Além disso, essa região do olho fica mais suscetível a contrair infecções e pode até levar alguns cães a enfermidades mais graves como:
· Ulcerações;
· Inflamações ou infecções;
· Ressecamento;
· Entrada de corpo estranho, como poeira e/ou sujeira.
Olho de cereja em cachorro: qual é o tratamento?
O único tratamento é através de uma cirurgia ocular canina. O procedimento é simples e o próprio veterinário pode colocar a glândula novamente no local.
Após a operação, caso julgue necessário, também existe a possibilidade de os tratamentos serem estendidos via oral, com o uso de antibióticos e antiinflamatórios, além do uso de colírios para melhor a lubrificação ocular.
O valor e o tipo de procedimento a ser realizado vai depender exclusivamente da avaliação do veterinário. Por essa razão é importante que o tutor não tente iniciar qualquer tratamento caseiro ou sem prescrição, e fale com um profissional de confiança.
Infelizmente não há meios de prevenir o surgimento do olho de cereja, da mesma forma que ainda que um cãozinho tenha predisposição genética, isso não significa obrigatoriamente que ele desenvolverá o quadro.
Por isso fique sempre atento aos olhos do seu cachorro, mantenha as consultas e os exames dele em dia, e ao menor sinal de alguma alteração ocular, consulte o oftalmologista veterinário imediatamente!
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